quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Mãe é filha

Você mãe,
já enxergou seu filho de longe?

Onde será que se esconde sua falta?
Por onde lhe salta sua independência?
De onde vem a crença do eterno?

Que terno ele poderá usar quando casar?
Será terno o seu amor e o seu amar?

Receberá flor sua intensão?
Sobreviverá ele, à tua ausência?

Por que gerar para si,
se é do lado de fora do teu mundo que ele nasce?

Quanto durará o que estar por vir?
Como dele não sentir saudade?
E, até onde se estende o teu umbigo partido?

Desde quando esquecestes do pai, teu marido?
E onde é que tu entende que o amor é sentido de qualquer lugar?

Minha mãezinha querida, principia tua placenta e se alimenta na presença de tua mãe distante...

E em tudo aquilo que ainda haverá e virá depois,
estarão vocês dois: mãe e pai que serei.
E quando eu tiver a tua idade, sei que também como tu chorarei.

Mas entendendo que gerar é dom,
Estendendo este nosso som para o infinito,
Esperarei por tudo o que já foi dito
na voz jovem do meu filho,
Repetindo sua sina:

Porque antes de ser mãe, foste menina,
E muito antes de ser teu filho,
toda filha é o que tu és.

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*Textos de Maria Flor: todos os direitos reservados.