terça-feira, 19 de abril de 2011

Guardanapos


Guardanapos guardam dores,
alegrias e amores,
das bocas sujas que limpa.

Amaciam o pensamento,
Acariciam,
das mãos aos lábios...

Mas nem todos os atos
de tantos guardanapos
secariam a saudade infinda
e linda
que me molha a boca
e
que
me mancha a alma.

Café Bandeira II


Para quê te quero noite,
se o amor me amanhece cedo
E as tardes me são largas
como a breve madrugada fria?

Prefiro entardecer no amor quente
Que me embriaga de luz a pele úmida
e me bronzeia de um desejo ardente!

Para que tua chegada inevitável
seja o festejo deste dia lindo
Para agradecer a lua, sempre me sorrindo,
rodeada das estrelas do meu gozo...

Quando te quero noite, já sou nuvem,
diluindo minha poesia...

Chovendo de dia,
Queimando de tarde,
Sonhando de noite.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Café Bandeira I



O amor me acordou com gosto de beijo,
despertando desejo e silêncio.

Esta manhã, quando veio afastar minha preguiça,
trouxe a chuva, o vento e o seu corpo quente.

Café Bandeira querendo adormecer a manhã.

E eu, desperta, vi o dia se espreguiçar.

Entre as minhas pernas esse amor se aninhou e agora dorme, dentro de mim quando sonha que está acordado.

Parece que se foi, mas nunca me deixa.

Eu quis ser a chuva e misturei-me a ela.
E dentro de mim eu carreguei o céu no meio da rua.

Minha pele possuiu todas as cores, como o guarda-chuva arco-íris que levei para brincar com o vento.

(Meu amor se transformou em pensamento).

Quis dançar e dancei, por fora e por dentro.

Caminhei para qualquer lugar
e,
o meu amor
estava
comigo.