segunda-feira, 2 de maio de 2011

Brincando de ser sol


Tempo nublado para o corpo quente.


Café morno feito tempo.

O que molha por dentro escorre por fora e, não é chuva.

Líquida pressa do teu calor.

Enquanto meu corpo pulsa faz frio em toda casa, do quintal até a rua e, só eu não o sinto, brincando de ser sol.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Guardanapos


Guardanapos guardam dores,
alegrias e amores,
das bocas sujas que limpa.

Amaciam o pensamento,
Acariciam,
das mãos aos lábios...

Mas nem todos os atos
de tantos guardanapos
secariam a saudade infinda
e linda
que me molha a boca
e
que
me mancha a alma.

Café Bandeira II


Para quê te quero noite,
se o amor me amanhece cedo
E as tardes me são largas
como a breve madrugada fria?

Prefiro entardecer no amor quente
Que me embriaga de luz a pele úmida
e me bronzeia de um desejo ardente!

Para que tua chegada inevitável
seja o festejo deste dia lindo
Para agradecer a lua, sempre me sorrindo,
rodeada das estrelas do meu gozo...

Quando te quero noite, já sou nuvem,
diluindo minha poesia...

Chovendo de dia,
Queimando de tarde,
Sonhando de noite.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Café Bandeira I



O amor me acordou com gosto de beijo,
despertando desejo e silêncio.

Esta manhã, quando veio afastar minha preguiça,
trouxe a chuva, o vento e o seu corpo quente.

Café Bandeira querendo adormecer a manhã.

E eu, desperta, vi o dia se espreguiçar.

Entre as minhas pernas esse amor se aninhou e agora dorme, dentro de mim quando sonha que está acordado.

Parece que se foi, mas nunca me deixa.

Eu quis ser a chuva e misturei-me a ela.
E dentro de mim eu carreguei o céu no meio da rua.

Minha pele possuiu todas as cores, como o guarda-chuva arco-íris que levei para brincar com o vento.

(Meu amor se transformou em pensamento).

Quis dançar e dancei, por fora e por dentro.

Caminhei para qualquer lugar
e,
o meu amor
estava
comigo.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Silêncio (n° 1)



O silêncio
tornou-se
minha companhia
fiel
e
vaga.

Devora-me aos poucos a
ausência
das palavras
como se estivessem
ligadas
a minha própria existência.

Sinto-me desaparecendo a
medida que
o silêncio me toma.

Dormindo
e
acordando
sem
dizer
ou
ouvir
uma palavra
sequer.

É (ou "O que me assola")




É um pouco de mim de morre a cada dia
É um pouco de mim que em mim se morre

É um pouco de ti que distância
É um tanto de tu que locomove

É um canto de amor que desafina
É a sina da dor que me absorve

Em saber-te em outros braços, me adoeço
Em buscar teus abraços, me devoro

Já perdi minha fala na ausência
O silêncio é a sala que me assola.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

INERTE

Inerte,
Olho os meus dedos dos pés...

Dedos, jeans e desejo,
E tudo o que vejo
É minha parte

De que adiantariam
Esses pensamentos
E tantos momentos que se mostram

Se você está longe e eu,
Inerte.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Do Outro Lado

Sei que ouço as mesmas músicas
E leio as mesmas súplicas

Mas tu nem sabe onde eu possa estar

Sei que tu existe e insiste
Tua poesia riste
E eu nem mesmo sei aonde possa estar

Te tornas-te pop star
Oh, Yes, my baby, darling

Tantas noites, gentes para te adorar
Mas tu, que és como eu
Menos pop e mais plebeu
Sabes q’eu estou mais perto que teu ar

Agora
A paisagem lá fora
De tua casa, enlaça meu arfar

Eu vejo e desejo
As palavras doces e caladas
Do teu olhar

Olha pela janela e vê
Os teus quadros minimistificados

Olha pela cela do teu ser e ver
Que estás do outro lado

Quantas

Quantas Anas
E Joanas
Quantas santas e devassas
Acordadas ressoam
Vida e dor

Quantas Alices e Dilces
Rosas, Júlias, Elenices
Tantas que sozinhas assoam
Me assolam suas insônias

Em meu quarto
Até de olhos abertos, enxergo-as, todas
Nuas, lindas, delicadas e boas
E ainda sós

Quantas?

sábado, 22 de janeiro de 2011

Não faço outra coisa que esquecer-te

Penso em não pensar e já estou pensando
Sigo, sem te procurar, e já estou buscando

Mina, longe dessas Minas, todas as meninas se perdem em mim

Cedo, eu só peço arrego,
Meu desassossego é viver assim

Me perdi em algum país ou cidade
Por tantas partes onde andei

Como esquecer o indizível
Entender o invisível
E deixar de ser quem amei

Ser eu mesma sem mim
Não é o fim
Mas me confunde e me assola

Eu que nasci sozinha
Tornei-me duas em nossa porta

E agora sem casa e sem rumo
Perdi meu prumo
Numa rua torta

Onde me deixei sem ti?
Onde me encontrarei por mim?

Não há setas das antigas metas
Que tracei por nós

Não há vida sem a vida contida
Em nossos lençóis

Parei no tempo.

Tornei-me relento do caos
Tão suave que quase não dói
Tão enclave que nem mais corrói

Pensava que nada fazia
E não faço outro coisa que esquecer-te.

O TEMPO




"TEMPO REI,
(LIFE AWAY)
VIDA DIÁRIA,
"VIVER É ENTENDER O TEMPO DO TEMPO"

TEMPO QUE MATA,
VENTO FULGAZ,
PORTO SEGURO
CAOS NO MEU CAIS

TEMPO QUE NASCE
RENOVA A VIDA
TEMPO SORRINDO DA DESPEDIDA DO TEMPO

POR FORA E POR DENTRO DO TEMPO
DO TEMPO

VIVER É ENTENDER O TEMPO DO TEMPO..."