Você mãe,
já enxergou seu filho de longe?
Onde será que se esconde sua falta?
Por onde lhe salta sua independência?
De onde vem a crença do eterno?
Que terno ele poderá usar quando casar?
Será terno o seu amor e o seu amar?
Receberá flor sua intensão?
Sobreviverá ele, à tua ausência?
Por que gerar para si,
se é do lado de fora do teu mundo que ele nasce?
Quanto durará o que estar por vir?
Como dele não sentir saudade?
E, até onde se estende o teu umbigo partido?
Desde quando esquecestes do pai, teu marido?
E onde é que tu entende que o amor é sentido de qualquer lugar?
Minha mãezinha querida, principia tua placenta e se alimenta na presença de tua mãe distante...
E em tudo aquilo que ainda haverá e virá depois,
estarão vocês dois: mãe e pai que serei.
E quando eu tiver a tua idade, sei que também como tu chorarei.
Mas entendendo que gerar é dom,
Estendendo este nosso som para o infinito,
Esperarei por tudo o que já foi dito
na voz jovem do meu filho,
Repetindo sua sina:
Porque antes de ser mãe, foste menina,
E muito antes de ser teu filho,
toda filha é o que tu és.