sábado, 22 de janeiro de 2011

Não faço outra coisa que esquecer-te

Penso em não pensar e já estou pensando
Sigo, sem te procurar, e já estou buscando

Mina, longe dessas Minas, todas as meninas se perdem em mim

Cedo, eu só peço arrego,
Meu desassossego é viver assim

Me perdi em algum país ou cidade
Por tantas partes onde andei

Como esquecer o indizível
Entender o invisível
E deixar de ser quem amei

Ser eu mesma sem mim
Não é o fim
Mas me confunde e me assola

Eu que nasci sozinha
Tornei-me duas em nossa porta

E agora sem casa e sem rumo
Perdi meu prumo
Numa rua torta

Onde me deixei sem ti?
Onde me encontrarei por mim?

Não há setas das antigas metas
Que tracei por nós

Não há vida sem a vida contida
Em nossos lençóis

Parei no tempo.

Tornei-me relento do caos
Tão suave que quase não dói
Tão enclave que nem mais corrói

Pensava que nada fazia
E não faço outro coisa que esquecer-te.

Um comentário:

  1. Pois é... Sinto-me em tuas palavras e, narcisita como sou, gosto do que leio. bjsss

    ResponderExcluir

*Textos de Maria Flor: todos os direitos reservados.