terça-feira, 3 de agosto de 2010

COTIDIANOU-SE

Ela acreditava no amor eterno.

Desses que se compartilham anos,
Por onde se sustenta a vida,
Quando um se faz comida e, para o outro,
alimenta a alma.

Ela acreditava no seu amor.

O mesmo que lhe mostrou a inusitada beleza do co-ti-di-a-no.
Logo ela que, fugia de monótonos "dia-a-dia", descobriu que a mo-no-to-ni-a, nada tinha que haver ao cotidiano que a consumia.


Cotidianou-se

em suaves dias de chuva
em olhares que despertam e adormecem juntos
em sorrisos e palavras
em silêncios e pausas

"Como o cotidiano é infinitamente surpreendente" - pensou.

Cotidianou-se

em saudade de meia hora
em saborosos pratos diários e repetitivos, porém nunca iguais
em um sono tranquilo e protetor



Cotidianou-se no amor.



Agora, sonha ser real seu sono.
Sonâmbula nas lembranças de um amor cotidiano, eterno e inesistente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

*Textos de Maria Flor: todos os direitos reservados.